sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Na morte do Padre Dâmaso (1930-2018)



Padre Dâmaso Lambers

O Padre Dâmaso era Capelão da Prisão do Linhó, Sintra

Colaborador durante muitos anos da Rádio Renascença, escutei sempre com muito apreço as suas crónicas, transmitidas pelas 20, 30 h. Era a palavra do missionário que sobressaia. Uma palavra cheia de entusiasmo que sabia comunicar como poucos. A força que imprimia às suas mensagens radiofónicas, acentuava-se sempre pelo carinho muito especial pelos caídos nas malhas da prisão. E como o padre Dâmaso acreditava sempre poder levantá-los.

Amanhã, sábado, será celebrada missa de corpo presente, presidida pelo Cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, na Igreja de Nossa Senhora do Amparo (à Estrada de Benfica), em Lisboa.

23/2/2018
Teresa Ferrer Passos

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A Aventura

Na igreja de S. Nicolau em Lisboa, em 19 de Fevereiro de 1994

(no 24º Aniversário do nosso casamento)

Que força nos trouxe até aqui,

Tão juntos, meu amor, e tão unidos,
Nas madrugadas em que rebentam tempestades
Com que o mundo pretende dissuadir-nos
De alcançar a luz do meio-dia?

Que mistério no côncavo das mãos,

– De duas mãos, a minha, a tua mão –
Que mistério nas duas enlaçadas?

Que vento a soprar de muito longe

Arrasta estrelas, e as lança no caminho,
Para que sejam o pó que nós pisamos?

Se só Deus sabe, amor, aonde vamos,

Sabemos todavia, tu e eu,
Que tudo o que fizemos e fazemos
É feito apenas porque nos amamos…

19/2/2018


Fernando Henrique de Passos

O tempo da paixão



Ventura foi a minha aventura de dar, na 
transparência do ser.

O princípio de mim
e o fim de ti entre-cruzados.
A paz a soltar-se e a sorver, sem tréguas,
a angústia acumulada e já caída por terra.

O olhar doce do meu caminho penetra a tua pureza.
As tuas palavras fundas e tão simples,
sem tempo algum, brotam cada hora em mim.

A leveza da paixão paira na memória,
desconhecendo o que é o fim e quase sem princípio.

O tempo da paixão,
igual desde o começo até ao fim do tempo,
num amor sem contar as horas, os dias ou os anos.
Só os relógios nos lembram a data, afinal, inesquecível! 

19 de Fevereiro de 2018

(no 24º aniversário do nosso casamento
na igreja de S. Nicolau, em Lisboa, sete meses
após nos termos conhecido na Fundação Gulbenkian)

                                                Teresa Ferrer Passos



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

ORAÇÃO A S. FRANCISCO DE ASSIS

Francisco diz, olhando o Cristo de madeira corroída pelo caruncho. «Senhor, que quereis que eu faça?» Escuta: «Reconstrói a minha igreja que está em ruínas». Os destroços da hipocrisia caem sobre os Papas e os Cardeais. São eles os primeiros. Pregam o Amor e não lhe são fiéis; pregam e sabem que não dizem a verdade.

Francisco, reconstrói a Igreja de Jesus, hoje, lá dos Céus onde subiste, despido de vénias solenes e de louvores aos doutos cardeais.

Francisco, arrasa o cinismo dos primeiros,  que não olham as pessoas de frente e atrofiam no seu desprezo, as almas bem intencionadas.

Francisco, lembra aos primeiros, investidos em subterfúgios, para romperem com seculares tradições não assentes em Jesus, o Deus vivo, mas em outros cardeais de falsas sentenças.
   
Francisco, pede a Jesus que seguiste, e só a Ele seguiste, que derrube os primeiros dos seus tronos de soberba e deixem de viver tão distantes das Suas criaturas, numa Criação belíssima. 

12 de Fevereiro de 2018
(a propósito de uma Nota de 6 de Fevereiro de 2018 do Cardeal Manuel Clemente)

Teresa Ferrer Passos