quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ação de Graças



Mulher,
Minha Mulher,
Que me guias desde as profundezas de mim mesmo
Até à luz de enfim saber quem sou:
Deus te abençoe pela tua presença inabalável
Como a mim me abençoou com tu seres minha.

19/5/2016

Fernando Henrique de Passos

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A lontra


Paro no seio da pergunta

(A lontra nada na líquida doçura
Entre cascatas, água, sombras, luz e nada,
Onde nada suscita uma procura
Que não seja já a coisa procurada)

Eis-me no seio da pergunta

12/5/2016

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Alta voltagem



Os olhos do céu abriram-se muito
Os olhos do céu abriram-se tanto
Que fulgiu de novo o fogo já extinto
Deixando espelhar o brilho do espanto

8/5/2016

Fernando Henrique de Passos

domingo, 8 de maio de 2016

A lei do Letes


(convoco, para a Musa minha, o 9 de Copas Arcano)

Ó Morte e doce Morte que me zurzes
Com essa luz fatídica e cruel
Que dava a negra cor às verdes urzes
E que ria nas bênçãos de Raquel...

Doce Morte que a rir assim me surges
E que entras disfarçada de batel
Onde os bons e os maus perdem as cruzes
E a vida é um teatro de papel,

Ensina-me a cantar o teu sorriso,
Teu alor liquefeito, o Paraíso,
Ensina-me a ser Deus e não diabo,

Pois se eu hei-de morrer um dia destes,
Que seja ouvindo a voz, entre ciprestes:
«Não começo, não vivo e não acabo.»

ORA PRO NOBIS PECCATORIBUS

Paulo Jorge Brito e Abreu