sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Concerto de Piano na igreja de S. João de Deus em Lisboa




Concerto no sábado, dia 30 de Novembro às 17 horas

Auditório da Igreja de S. João de Deus, em Lisboa 

Pianista convidada:

Teresa da Palma Pereira

As receitas provenientes da venda dos bilhetes reverterão a favor das obras sociais da Paróquia de S. João de Deus

Organização:
Grupo de Meditação Cristã da igreja.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Jesus chama-lhes amigos...

Santa Teresa do Menino Jesus

  «(...) O exemplo de Jesus levou-a a aprofundar muitos textos bíblicos que depois comenta e a levam a interrogar-se: "Como amou Jesus os seus discípulos, e porque os amou? Ah! não eram as qualidades naturais deles que O podiam atrair; havia entre eles e Ele uma distância infinita...

  Apesar disso, Jesus chama-lhes amigos, irmãos. Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos actos de virtude que se lhes vir praticar (...)"

         Irmã Helena Esguerra, C.D., «Releitura da Vita Consecrata à luz de Santa Teresinha» in Revista de Espiritualidade, nº 17, Jan./Março, 1997, pág.58.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Jesus escondido... e a ser descoberto pela arte

Jesus, um sem abrigo, numa escultura em bronze
 de Timothy Schmalz

«Afastai-vos de Mim malditos, para o fogo eterno que está preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava nu e não Me vestistes, enfermo e na prisão e não fostes visitar-Me»
                                                                             Mt 25, 41-42

Para o escultor canadiano Timothy Schmalz, que há mais de duas décadas trabalha sobre temas cristãos, os Evangelhos e o cristianismo proporcionam «infinitas possibilidades criativas».

No fundo de nós, a paciência


«(…) que aquele que carrega um pesado fardo não se esgote excessivamente no começo, mas, de vez em quando, deponha o fardo no chão, sentando-se ele mesmo ao seu lado, a fim de ganhar novas forças para o carregar; que aquele que trabalha pacientemente o seu campo espere pela chuva tardia e pela temporã, até chegar a colheita; que aquele que adquire o seu sustento pelo comércio se sente junto às suas mercadorias e espere pacientemente até que chegue o comprador e até que este venha pagar; que aquele que estende a sua armadilha para os pássaros espere todo o dia até ao fim da tarde e se sente pacientemente junto à sua armadilha, sem se mexer, até que eles venham; que aquele que vai buscar o seu alimento ao fundo do mar espere pacientemente com a sua linha durante todo o dia (…)»
                              
         Soren Kierkegaard, Adquirir A Sua Alma Na Paciência

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Propósito de Santa Teresa do Menino Jesus


Professor Doutor Carlos Henrique Carmo Silva

«De facto, a figura exemplar, por essa mesma exemplaridade (já pertença potencial de todos...), deixa de ter uma 'história pessoal' na acepção da sua personalidade (...).»

«Haver "biografia" é um luxo moderno, tendo em conta a vastíssima história da humanidade em que só muito tarde adveio o nome próprio, a consciência sequer de uma individuação, o requerimento recentíssimo de uma psicologia individual ou de uma 'alma' que aprenda a ousar dizer "eu"...».

          Carlos Silva, "A Questão Autobiográfica ou do Tempo Absoluto - A propósito da Histoire d'une Âme e da Sua Autora" in Revista de Espiritualidade, Edições Carmelo, nº 52, Outubro-Dezembro 2005, pp.264-265.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A angústia científica



Do cimo de uma montanha,
Voltando os olhos ao céu,
Eu disse, gritando, a Deus:
Não entendo a Tua obra,
Este Mundo tortuoso,
Excesso de diversidade,
Histeria de mudança,
E sofro, desde criança,
Por tanto a querer entender!

Sussurrou Deus lá do alto:
Eu só te queria entreter…


               Fernando Henrique de Passos, "A Angústia Científica" in Retábulo, Universitária Editora, 2002, pág.39.

À paz


Em grinaldas de flores secas está a paz.
Em troncos de pinheiro a crepitar na lareira,
Em flocos de neve a descer entre o nevoeiro,
No frio dissipado no aconchego do afecto.

A paz está onde nasce a alegria de oferecer,
A graça de não ter de fugir para viver,
De não ter de defrontar a morte para fugir à morte,
De salvar inocentes em vez de fazer deles a pira de culpados.

O fogo das chamas das torres apagou-se com água suave.
No incêndio dos corpos injustiçados, a paz está
A brotar. Mas com injustiças em nome da paz se desvanecerá.

Teresa Ferrer Passos, "À Paz" in Retábulo, Universitária Editora, 2002, pág. 28.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O verdadeiro amor



«O Amor Nupcial é um amor pronto, incondicional, disponível, capaz de tudo receber e de tudo dar.

É um amor pleno de ingenuidade, de benquerença e de bem julgar, um amor aberto para edificar a comunhão da Esposa e do Esposo, como se fosse de uma mãe e de um filho.

Ambos se tocam como um amor sem limites no sofrimento, na abdicação, na audácia. Os sofrimentos, os martírios não os enfraquecem, antes os fortificam e os absolutizam.


Sofrer como Jesus e amar como Jesus, na esperança do reencontro dos esposos ou do reencontro da mãe e do filho. Amor físico/Amor espiritual: As equivalências e paralelismos poderiam continuar a descrever-se.

O verdadeiro amor a partir da carne cresce no invólucro do espiritual. A noiva ama já como se fosse esposa, a mulher ama já o filho como se fosse mãe. A paixão de Jesus identifica-se com a paixão do esposo e com a paixão da maternidade.»

Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, 2013, pp.69-70.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Vontade do Povo/Vontade de Deus


«A família, o casal e os filhos com ou sem complementaridade homem-mulher, masculino-feminino»
 -  «Uma questão irrelevante?» - pergunta. «Não acho nada irrelevante e julgo que boa parte dos meus concidadãos também não acham que esse seja um aspecto irrelevante»

Fátima, 14 de Novembro de 2013       

                       D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa

*

«A unidade original do homem e da mulher na humanidade»

«O Homem torna-se imagem de Deus não tanto no modelo da solidão quanto no modelo da comunhão»

«A masculinidade e a feminilidade exprimem o duplo aspecto da constituição somática do homem»

João Paulo II, Teologia do Corpo (O corpo e a sexualidade), Alêtheia, 2013 (Prefácio D. Manuel Clemente)


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sobre trabalho e sociedade



D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa,  admitiu, em Fátima, a necessidade de «outra organização do trabalho face às exigências irrecusáveis de populações inteiras que, na Europa ou batendo à sua porta, pretendem basicamente trabalhar e viver, senão mesmo sobreviver».

Como sublinhou o também actual Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, «o cristianismo vê na complementaridade homem-mulher a base imprescindível do que a humanidade há de ser».

O patriarca de Lisboa contrapôs este fundamento de cada nova família a «vivências mais individualistas» e desvinculadas dos «padrões básicos da humanidade herdada»

Fátima, 11 de Novembro de 2013

Discurso de D. Manuel Clemente, proferido na Conferência Episcopal Portuguesa

sábado, 9 de novembro de 2013

Portugalidade e Lusofonia

Pormenor do Palácio da Independência em Lisboa
«A Restauração da independência era alcançada sob a direcção da nobreza, a que se seguia a sua alian­ça com o clero descontente e o inconformado povo: a coroação de D. João, com o nome de D. João IV e o cognome de Restaurador, após os acontecimen­tos do dia 1 de Dezembro, foi também a festa da con­sagração da independência nacional.

Às festividades de Lisboa juntaram-se as das outras cidades do reino: manifestações de júbilo com procissões, missas de Acção de Graças e folguedos nas ruas, consignavam àqueles dias o tom da unidade de todos os portugueses em torno da libertação.»

     Teresa Ferrer Passos, A Restauração de 1640 e D. Antão de Almada, Universitária Editora, 1999, pág. 28.

*

Colóquio sobre Portugalidade e Lusofonia:

A aproximar-se o dia 1 de Dezembro - Dia em que se comemora a Restauração da Independência de Portugal - em boa hora foi organizado este Colóquio subordinado ao tema da Portugalidade e da sua expansão nos países de Língua Portuguesa, desde o Extremo Oriente da Ásia até à África e à América do Sul.  

Organização: 
Comissão do 1 de Dezembro de 1640/da SHIP/ MIL/ NOVA ÁGUIA 
Coordenação:
Lourenço d’Almada e Renato Epifânio
Local: Palácio da Independência em Lisboa
27 de Novembro de 2013, às 16h 


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Novembro


Espanto do dia claro de manhã.
Canto da luz à superfície
Das coisas que emergem do torpor
De muitas noites sem sonhar.
Ar mais tépido do que seria de supor,
Suponho eu, se é que me lembro
(Novembro há vinte anos podia ser Agosto).
Espanto do dia, mas também do polícia sinaleiro,
Ao ver-me passar tão bem disposto.
Canto da luz, por certo –
Mas também eu cantara no chuveiro
E sonhara contigo até raiar a madrugada,
E mais sonhara depois já de desperto,
E sonhava ainda ao pôr manteiga na torrada.

Espanto do dia claro de manhã.
Canto da luz à superfície
Das coisas que emergiam do torpor
De muitas noites sem sonhar.
Foi em Novembro –
Como não me havia de lembrar?

4/11/2013

(Poema inédito)

Fernando Henrique de Passos

Anémona frágil


Num sonho, a esfarelar-se de luz,
cresceu a tua anémona, leve e tão frágil.
Viste nela uma réstia de imaginação,
Viste nela um regaço de verdade.
E edificaste nela um estreito quintal.
Assombrado, regaste-a pela manhã.
À tardinha, a tua anémona ganhara intensa luz.
Depois, ao luar, viste-a a inundar,
Com as suas muitas cores, o espaço.
E o sonho tornou-se todo luz.
  
5 Novembro de 2013

(Poema inédito)
                                                        Teresa Ferrer Passos

sábado, 2 de novembro de 2013

De um fôlego


Salto para o estribo da carruagem.
(Cansei-me de ir lá dentro.)
Agora a paisagem
É feita de cores misturadas com o vento.

A manhã respira
Pelos pulmões ofegantes dos cavalos
Que arrancam do céu estilhaços de safira
E mordem os freios até despedaçá-los.

A erva, o céu, o sol, as pedras, os regatos –
Tudo é estrada, tudo é movimento –
Tudo é chegada aos mundos abstractos
Dos sonhos misturados com o vento…

2/11/2013

(Poema inédito)

                     Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Espiga de trigo novo

Maria e José a caminho de Belém

«E sentiu-se cheia de paz e com uma alegria sem fim! Sentiu-se bem-aventurada porque descobria dentro da sua intimidade todo o contentamento das árvores floridas! Esse mundo de felicidade que, afinal, a procurara e lhe mostrara como podia ser verdadeiramente fiel ao Senhor, caminho de glória, caminho de heroísmo, caminho de vida.

A partir de agora sabia que o seu corpo se tornaria um celeiro onde uma espiga de trigo novo seria guardada para oferecer ao mundo um Filho humano, todo semelhante a ela e divino porque quem o visse veria o Pai. E Jesus brotando do seu ventre seria como o trigo puro, uma dádiva sempre disponível para o amor porque nascera por vontade do Deus do Amor Absoluto, numa aliança com ela e com José....


Que alegria, em cada dia, ver esse trigo crescer na sua carne para o oferecer ao mundo! E as faces de Maria pareciam cobertas de um sorriso infinito! Através de Jesus, o Senhor poderia dar a conhecer aos homens o Seu pensamento, sem os escandalizar com uma intervenção que infringisse todas as leis naturais!»

Teresa Ferrer Passos, Anunciação (romance),
Universitária Editora, 2003, pág. 96.