domingo, 30 de setembro de 2012

O que é a Evangelização?


"A Evangelização não é a transmissão de uma realidade exterior, mas a transmissão do que ouvido se torna vida e se torna testemunho. A Evangelização deve levar os seus destinatários a serem também evangelizadores. A catequese é uma transmissão de uma vida. É uma verdade que nós transportamos e que nos transforma. Não é uma escuta passiva."

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, "O Dia do Senhor", Rádio Renascença, 23/9/2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

300.000 crianças sem direitos nas Honduras


“O orçamento de muitas famílias das Honduras é arredondado com trabalho infantil. (…) Centenas e centenas de crianças são vítimas da violência, da exploração sexual e do consumo de drogas. A pobreza no país já atinge mais de 60 por cento dos 8,2 milhões de hondurenhos. As desigualdades económicas, a insegurança e a falta de um sistema educativo geram violência e pobreza.”

In Fátima Missionária, Outubro 2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Idosos sem idade


“O que interessa são os cidadãos, independentemente da idade. Se as pessoas mantiverem as suas competências e a vontade, porque é que não hão-de participar? (…) Nós não queremos uma sociedade para velhos, queremos uma sociedade para todas as idades, mas é muito injusto que as pessoas pelo fator da idade não sejam consideradas cidadãos de pleno direito.”

Joaquina Madeira, in Hospitalidade, nº296, Abril-Junho 2012, p.14.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mergulhados na Crise


«Se não vierem os quatro mil e trezentos milhões, há actividades essenciais do Estado que param. (...) Como é que chegámos aqui? Chegámos! Não nos podemos dar ao luxo de dizermos à troika, "vocês são muito simpáticos mas estamos fartos de vocês". Não estamos em condições de dispensar o dinheiro.»

Marcelo Rebelo de Sousa, na TVI, em 23/9/2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Pelos interstícios do código de barras


Estereo-rostos nas sombras do jardim
Ninfas atrás de códigos de barras
Produtos perfilados prateleiras
Suspensas em arbustos musicais
Flautas de Pã nas bocas dos polícias
A violência cega dos faunos na torrente
A água cintilante
O ininterrupto fluxo interrompido
Pela avaria voraz do conta-gotas

O medo materializa-se como estereo-cobras
Enroscadas nas pernas das sereias
No overflow das caixas que registam
Os sonhos das raparigas que as operam
E filas de pacotes em forma de fabrico
Retardam a luta corpo a corpo
E a azulada luz néon da noite
Incendeia os eléctricos cabelos
E provoca a tempestade mansa
Dos cereais do desayuno
Num curto-circuito dos horários
E as labaredas lambem o langor das brumas célticas

(Quase ao acaso: a lógica do tudo.
O excesso de ordem de Descartes
Perturba Bachelard: Quase ao acaso.
A lógica do tudo: totalidade de nadas e crepúsculos
As folhas arrancadas
Calendários-pétalas-corolas
Curto-circuito dos horários
Binóculos nas margens da lagoa)

Sorrisos de ninfas sobre as caixas
Sobre embalagens e pacotes
Sorrisos suspensos das registadoras
A névoa néon da rega sobre a relva
Os corpos lânguidos e frescos
As peças do puzzle boiando à tona-lago
Estereo-olhos fixos nos nenúfares
E o longo corredor estereotipado
Límpido e pétreo ‒ eternidade
Com sonhos lívidos trepando às prateleiras
E trocando néctar e ambrósia
Pelos cereais do desayuno

20/9/2012

Fernando Henrique de Passos

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Faleceu a Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa

Sede da Sociedade de Língua Portuguesa

"Actual Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa e especialista das Literaturas Africanas que se expressam no idioma comum, Elsa Rodrigues dos Santos faleceu hoje aos 73 anos de idade. Morte inesperada e perda irreparável no, infelizmente, restrito mundo dos que, na Academia e no espaço público, insistem em estudar e divulgar as obras e os autores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. À frente da Sociedade de Língua Portuguesa, onde sucedeu a Fernando Sylvan, o injustamente esquecido poeta timorense, Elsa Rodrigues dos Santos travou um combate entusiasta, difícil e informado, na defesa e divulgação da nossa Língua, atenta às variantes africana e brasileira que tanto a enriquecem."

19/9/2012

In "Milhafre" (blogue do Movimento Internacional Lusófono)

sábado, 15 de setembro de 2012

Revolta do Povo em Portugal (15 de Setembro de 2012)


O CDS defende o "recuo do governo nas medidas de austeridade", em primeiro lugar na aplicação da Taxa Social Única. As manifestações populares, em todas as cidades de Portugal, revelam o estado de indignação, mesmo de revolta, dos jovens e das suas famílias perante as pesadas medidas de natureza financeira, há poucos dias anunciadas pelo Primeiro Ministro Passos Coelho e pelo Ministro das Finanças Vítor Gaspar. Como afirmou, hoje, Guilherme de Oliveira Martins "a economia faz-se para as pessoas e o rigor financeiro não é um fim em si mesmo". O governo de Pedro Passos Coelho terá de rever os excessos da política financeira anunciada, sob pena de, se não o fizer, o povo português partir para a desobediência política. Isto o mínimo que se poderá colocar como possibilidade mais iminente.

15 de Setembro de 2012
Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Beleza da Fraternidade

«Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo.»
«Porque julgas o teu irmão? E porque o desprezas? Todos nós compareceremos perante o tribunal de Deus.»
«Acolhei-vos uns aos outros como Cristo também vos acolheu para glória de Deus.»

S. Paulo (Rom 14, 7, 10; 15, 7)

epístola de S. Paulo aos Romanos

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Por uma nova comunicação



«Nós vivemos submersos num mundo de palavras manipuladas, esvaziadas de verdadeiro sentido, desresponsabilizadas. Num mundo de palavras exaustas, exiladas de si mesmas, inflacionadas. O próprio uso que se faz da palavra a desmente e deforma, tornando-a contraditória, ambígua e, por fim, irrelevante. As nossas sociedades precisam urgentemente de reencontrar uma ética para a palavra.»
                                                                      
José Tolentino de Mendonça

In Agência Ecclesia (11/9/2012)



Discurso Lapidar



«O programa de ajustamento
evitou a bancarrota do estado português.»

«As medidas são de correcção estrutural.»

«A deterioração do desemprego exige resposta
que permita estancar o seu aumento»


Vítor Gaspar, Ministro das Finanças



Estas breves passagens foram retiradas de uma longa e profunda apreciação da situação actual das Finanças, hoje apresentada ao Povo Português pelo Prof. Vítor Gaspar. Numa análise objectiva e pertinente, sem cair nas falácias do facilitismo ou no palavreado oco a que os dirigentes políticos, desde há décadas, nos têm habituado, o discurso do Ministro das Finanças não deixará de ser um lapidar testemunho histórico sobre a situação financeira em Portugal, nos princípios do século XXI.

11 de Setembro de 2012
                                                                 Teresa Ferrer Passos  

domingo, 9 de setembro de 2012

Na viagem de Bento XVI, um catecismo cristão em árabe...




"Apesar de parecer difícil encontrar soluções para os vários problemas que atingem a região, não podemos resignar-nos à violência", disse o Papa Bento XVI, na sua mensagem de domingo, poucos dias antes de efectuar a sua viagem de paz ao Líbano, vizinho da Síria, país flagelado por uma terrível guerra civil. O Papa Bento XVI, durante a sua visita ao Líbano (14 e 16 de Setembro) vai oferecer 50 mil exemplares do catecismo juvenil ‘YouCat’ (300 páginas e 527 perguntas e respostas sobre a fé em Cristo), numa nova tradução em árabe.



9/9/2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Evocação do Poeta Joaquim Evónio (1938-2012)


LISBOA 94



O preto e o branco
desfraldados,
são um poema as cores de Lisboa…
O branco europeu
mais o negro africano
deram-se as ondas, mãos,
braços do Oceano,
e foram tão longe!

              Joaquim Evónio*

* Colaborador da revista Gazeta (de Poesia) do Mundo de Língua Portuguesa (1994-1996)

«In Memoriam» Joaquim Evónio


«Afinal de contas, o que é Deus?
Uma criança eterna jogando
um jogo eterno num eterno jardim.»

 Shrî Aurobindo



(invoco, para o Dependurado,

o Arcano e Arcaico do Sápido Sol)

I

Alteavas, qual Pessoa,
O astrolábio duma Astarte,
E era Apolo que abençoa,
Era o Sol, engenho e Arte.

E suflavas o aflante,
Era o Sopro alma Deméter,
Era a terra do amante
E era o lírio como Éter.

II

Que ela é verde, verde e vedra,
Ela é Musa não amara,
Que há palavras qual a pedra
E há palavras qual seara.

E na «Mater»-matrimónio
Foste o Sal e a Soidade……
Foste Azul, meu caro Evónio:
És feliz Eternidade.

Armação de Pêra, 15/ 07/ 2012

IN HERBIS ET IN VERBIS

Paulo Jorge Brito e Abreu

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

No 90º Aniversário de Adriano Moreira (6 de Setembro de 2012)


NOTAS DE POLÍTICA


A agitação do poder:
«Muita da agitação oficial e oficiosa, traduzida numa sucessão alucinante de viagens, de encontros, de comunicados, de declarações, de comentários, de promessas, de acordos, deixa apenas a impressão do completo vazio, da inutilidade consciente, do movimento sem finalidade, como se houvesse o propósito de preencher os tempos livres e entreter o eleitorado.»

A soberania:
«No mundo interdependente em que nos aconteceu viver, com uma unidade determinada por factores técnicos que a ética não acompanhou, a soberania deixou de corresponder ao conceito clássico que o direito internacional amparava, e não se perfilou em termos de ser possível uma nova conceptualização pacífica.»

As nações:
«Estas não são politicamente iguais, o fenómeno da soberania limitada alastra mais rapidamente do que o reconhecimento do facto, certas faculdades que antes não se autonomizavam na análise do poder político passaram a ser a única expressão internacional desse poder, a jurisdição interna não tem medida igual para todos os povos. O poder financeiro, o poder tecnológico, o poder cultural, o poder funcional, são mais identificadores de cada um dos Estados, do que o velho conceito de soberania.»
                      
Adriano Moreira in O Novíssimo Príncipe,  Lisboa, 1980


***
«Parece-me evidente, necessário, que haja um conceito estratégico nacional. Que esse conceito estratégico nacional deve e precisa de apoiar-se numa Europa unida, tomando consciência de que a fronteira da pobreza passou para o norte do mediterrâneo e que nós estamos abrangidos por essa fronteira, mas que também há janelas de liberdade. E essas janelas de liberdade principais são o mar, a plataforma Continental e a CPLP.»


Adriano Moreira (Entrevista à Lusa in Jornal de Negócios, 1/9/2012)

Repensar a missão do clero


À MARGEM DO 7º SIMPÓSIO NACIONAL DO CLERO,
EM FÁTIMA

No entender do padre Emanuel Silva a “grande dificuldade” para o clero é o facto de a cultura atual “procurar mais a sensação do que a caminhada, mais as soluções imediatas do que os projetos”.
“A valorização do transitório leva a que muitas vezes se reduza a vida ao sabor dos momentos, em vez de os situar num horizonte mais alargado”,
Padre Emanuel Silva (organizador do Simpósio)

“Uma sociedade sem fé é uma sociedade vazia e foi para isso que procurei chamar a atenção: para a necessidade de trazer à praça pública, que a Igreja não fique num gueto, fechada sobre si própria apenas a falar de Fé aos que já a têm. Deve vir ao átrio, discuta com quem não tem Fé e suscite a discussão destas questões que são verdadeiramente as questões importantes”,
Zita Seabra (Ex-Deputada do PCP)

4/9/2012

domingo, 2 de setembro de 2012

S. Paulo, hoje


«Tudo é permitido, mas nem tudo convém; tudo é permitido, mas nem tudo edifica»
1 Cor 10, 23

«"Tudo me é permitido", mas de nada me farei escravo»
1 Cor 6, 12

«Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos»
2 Cor 4, 8-9

Epístola de S. Paulo aos Coríntios

sábado, 1 de setembro de 2012

O Jogador



O JOGADOR

Caiu na miséria,
Busca o desafogo:
Joga-se a si próprio
Na mesa de jogo.

O sorriso alarve
Não disfarça o medo:
Máscara falhada,
Cofre sem segredo.

Quanto menos tem,
Mais sobe a parada.
Vemos-lhe o terror
Sob a gargalhada.

Joga-se a si mesmo,
É tudo o que tem.
Jogará ainda
Até ser ninguém.

Não tem importância:
Basta-lhe jogar,
Congelar o tempo,
A carta no ar.

E quando cair
No centro da mesa,
Pode perder tudo,
Ganha uma certeza:

Nunca, em parte alguma,
Em nenhum recanto
De nenhum casino,
Alguém jogou tanto.

29/8/2012

Fernando Henrique de Passos